A importância da regulação emocional no desenvolvimento infantil

A regulação emocional é a capacidade de reconhecer, compreender e lidar de maneira adequada com as próprias emoções. É o que nos ajuda a reagir com equilíbrio diante das situações do dia a dia, seja ao lidar com uma frustração, controlar a ansiedade ou esperar a nossa vez. Essa habilidade, que parece simples, é construída aos poucos, desde a infância, com o apoio do ambiente e das relações.

Esse processo de autorregulação pode ser mais desafiador para crianças com deficiência, exigindo maior compreensão e apoio dos adultos ao seu redor. Elas podem ter dificuldade em identificar o que estão sentindo, expressar emoções de forma adequada ou compreender as reações dos outros. Isso não significa incapacidade, mas a necessidade de um olhar mais atento e de estratégias que favoreçam esse aprendizado emocional.

A nomeação das emoções é um primeiro passo fundamental. Quando o adulto ajuda a criança a reconhecer e dar nome ao que sente “você ficou bravo porque não conseguiu montar a torre” ou “parece que está triste porque acabou a brincadeira”: ele está oferecendo linguagem e sentido à experiência emocional. Aos poucos, a criança começa a compreender que cada sentimento tem uma causa, uma intensidade e, principalmente, uma forma possível de ser manejado.

As brincadeiras são excelentes ferramentas para isso. Jogos de regras ensinam a lidar com a frustração e a esperar; brincadeiras simbólicas ajudam a expressar sentimentos; atividades com histórias e personagens permitem conversar sobre o que cada um sente em diferentes situações. Até mesmo momentos simples, como dançar ou desenhar, podem se tornar oportunidades para falar sobre emoções.

O objetivo não é evitar que a criança sinta raiva, medo ou tristeza, mas ajudá-la a reconhecer essas emoções e encontrar formas saudáveis de reagir. Quando o adulto acolhe, nomeia e ensina, a criança aprende a se conhecer melhor e, com o tempo, a se autorregular.

Trabalhar a regulação emocional é, portanto, investir na qualidade de vida, nas relações e na autonomia da criança. É dar a ela as ferramentas para compreender o que sente e agir com mais segurança diante do mundo.

Na próxima coluna, falaremos sobre estratégias lúdicas para desenvolver a autorregulação, com exemplos práticos de brincadeiras que ajudam a transformar emoções em aprendizado e crescimento.

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