Segundo a International Neuropsychological Society, Funções Executivas são: “As habilidades cognitivas necessárias para realizar comportamentos complexos dirigidos para determinado objetivo e a capacidade adaptativa as diversas demandas e mudanças ambientais” (Loring, 1999).
Elas envolvem todos os processos cognitivos, incluindo memória de trabalho, raciocínio, flexibilidade de tarefas e resolução de problemas, bem como o planejamento e execução.
As áreas cerebrais mais relacionadas às funções executivas são:
- o córtex pré-frontal dorsolateral,
- o córtex pré-frontal ventromedial,
- o córtex pré-frontal orbitofrontal e
- o córtex cingulado anterior.
Está muito teórico? Pois é, mas precisamos entender como funciona nosso cérebro, para saber como estimular a aprendizagem e o desenvolvimento de um ser humano. Existem momentos para cada fase, cada período dura um certo tempo. Se for perdida essa janela sem o estímulo adequado, a próxima etapa será prejudicada. Ë importante saber dos marcos do desenvolvimento de uma criança para que a fase de aprendizagem seja no momento certo!
As funções executivas são indispensáveis no cotidiano escolar e social:
- Atenção (sustentação, foco, fixação, seleção de dados relevantes dos irrelevantes, evitar fatores distratores);
- Percepção (intra neuro sensorial, inter neuro sensorial, integrativa, analítica e sintética);
- Memória de trabalho (localização, recuperação, manipulação, julgamento e utilização da informação relevante);
- Controle (iniciação, persistência, esforço, inibição, regulação e auto-avaliação de tarefas);
- Ideação (improvisação, raciocínio indutivo e dedutivo, precisão e conclusão de tarefas);
- Planificação e a antecipação (priorização, ordenação, hierarquização e predição de tarefas visando a atingir fins, objetivos e resultados);
- Flexibilização (autocrítica, alteração de condutas, mudança de estratégias, detecção de erros e obstáculos, busca intencional de soluções);
- Metacognição (auto-organização, sistematização, automonitorização, revisão e supervisão);
- Decisão (aplicação de diferentes resoluções de problemas, gestão do tempo evitando atrasos e custos desnecessários);
- Execução (finalização e concomitante verificação, retroação e referenciação)
Vitor da Fonseca, estudioso e grande colaborador dos estudos do desenvolvimento infantil, aponta a necessidade de iniciarmos desde muito cedo o estímulo às funções executivas, incluindo-as no cotidiano infantil sempre que possível.
Os estudos mais recentes descrevem que qualquer atividade ou jogo que estimule o raciocínio e a concentração devem ser incluídos nas atividades familiares e escolares; propondo que a escola e a família invistam em brincadeiras ao ar livre, as quais permitem maior interação e desenvolvimento dos aspectos sensoriais.
Vemos incentivos diversos especialmente para a prática da leitura e a ambientação com histórias, textos, figuras e significados. Relatam que brincar com o alfabeto auxilia grandemente na familiaridade com a linguagem. Apostam em atividades extracurriculares e nas metodologias ativas, estimulando a investigação, a curiosidade, a troca e a elaboração de argumentos. Por fim, orientam a fazer o uso consciente da tecnologia.