A importância do sistema tátil em crianças autistas

O recuso terapêutico é muito utilizado para regular o sistema tátil, visual e proprioceptivo, promovendo sensações que são processadas no cérebro

No desenvolvimento infantil, o toque vai muito além do simples contato físico: ele é uma das principais portas de entrada para o cérebro organizar e interpretar o mundo. O sistema tátil tem um papel fundamental nesse processo — especialmente em crianças com autismo.

Muitas crianças dentro do espectro autista apresentam alterações no processamento sensorial. Algumas são extremamente sensíveis ao toque (hipersensibilidade), podendo se incomodar com texturas de roupas, contato com areia, água, cortes de cabelo ou até mesmo abraços. Outras podem ter pouca resposta ao estímulo tátil (hipossensibilidade), buscando constantemente tocar objetos, colocar as mãos na boca ou esfregar as mãos em superfícies.

Na Terapia Ocupacional, trabalhamos com o sistema tátil justamente para ajudar a criança a organizar esses estímulos e, com isso, favorecer o equilíbrio emocional, a concentração, o comportamento e o aprendizado. Quando o sistema tátil está desorganizado, a criança pode ter dificuldades para realizar atividades simples, como se vestir, comer, brincar ou manter a atenção nas atividades escolares.

Por meio de técnicas da Integração Sensorial, realizamos atividades planejadas e seguras que oferecem estímulos táteis controlados — como caixas sensoriais, contato com diferentes texturas, massagens, brincadeiras com água, massinhas ou areia. Aos poucos, o cérebro aprende a processar esses estímulos de forma mais equilibrada.

Com o tempo, a criança passa a responder melhor aos desafios do ambiente, reduz a ansiedade, melhora o sono, a socialização e a autonomia nas atividades do dia a dia. Organizar o sistema tátil é, muitas vezes, o primeiro passo para abrir portas ao desenvolvimento global da criança.

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