A presença que constrói, a ausência que marca

No Dia dos Pais, muito se fala sobre homenagens, presentes e celebrações. Mas, para além disso, no mês dos pais precisamos refletir sobre o que significa a presença, e também a ausência, da figura paterna na vida de uma criança.

Quando falamos de filhos com deficiência, esse tema ganha ainda mais peso. A presença do pai pode ser um alicerce de segurança emocional, reforçando que aquela criança é amada e valorizada, independentemente de diagnósticos. Um pai presente compartilha responsabilidades, divide cuidados, oferece colo, brinca, orienta, ensina e, sobretudo, mostra que aquele filho merece ser visto e acolhido em sua singularidade.

Por outro lado, a ausência paterna deixa marcas profundas. Não apenas pela sobrecarga quase sempre jogada sobre as mães, mas também pelo vazio afetivo que se instala. Uma ausência que pode ser sentida no desenvolvimento emocional, na autoestima e até no modo como a criança se percebe diante do mundo.

É importante lembrar que presença não se mede apenas em estar fisicamente, mas na qualidade do envolvimento. Há pais que estão diariamente ao lado de seus filhos, mas distantes em afeto, enquanto outros, mesmo com menos tempo, fazem questão de participar ativamente, oferecendo atenção e cuidado genuínos. O que transforma é a forma como essa presença é vivida.

Além disso, a figura paterna cumpre um papel simbólico muito importante: o de referência. Crianças aprendem com o exemplo, e um pai que demonstra amor, respeito e compromisso ensina valores que ficarão para sempre. Quando essa referência falta, a criança pode crescer com lacunas difíceis de preencher, muitas vezes buscando em outros lugares a validação e o carinho que não encontrou em casa.

A verdade é que a deficiência não afasta a necessidade de vínculo, pelo contrário, torna-o ainda mais fundamental. A criança não precisa de um pai perfeito, mas sim de um pai que esteja lá. Que apareça nas consultas, que se orgulhe das pequenas conquistas, que esteja disponível para abraçar nos dias difíceis.

Pais presentes constroem histórias de pertencimento. Pais ausentes deixam silêncios que ecoam por toda a vida.

Neste pós-Dia dos Pais, que possamos olhar além das homenagens e refletir sobre o legado real que a presença, ou a ausência, paterna deixa no coração dos filhos.

✨ Feliz Dia dos Pais (mesmo que atrasado) a todos os que fazem da presença sua maior forma de amor.

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