Adaptações e recursos para o cotidiano de pessoas com deficiência visual

A deficiência visual, seja ela total ou parcial, impacta diretamente a maneira como a pessoa percebe e interage com o mundo ao seu redor. Por isso, garantir autonomia, acessibilidade e inclusão é uma prioridade — e a Terapia Ocupacional tem papel essencial nesse processo.

Nos atendimentos clínicos e em ambientes de reabilitação, o trabalho do terapeuta ocupacional com pessoas com deficiência visual busca fortalecer a independência nas atividades da vida diária (AVDs), como alimentação, higiene, mobilidade, lazer e tarefas domésticas. O foco está em adaptar o ambiente, ensinar estratégias de organização e orientar o uso de recursos que tornam o dia a dia mais seguro e funcional.

Adaptações no ambiente como pequenas mudanças no espaço físico fazem uma grande diferença como: Organização e padronização dos objetos em locais fixos e acessíveis (nada de mudar as coisas de lugar sem avisar); Contraste de cores para facilitar a identificação de objetos (ex.: copos escuros para líquidos claros); Marcação tátil ou em braille em eletrodomésticos, interruptores e embalagens; Eliminação de obstáculos e cantos pontiagudos para prevenir acidentes; Boa iluminação direcionada, especialmente para quem tem baixa visão.

Recursos e tecnologias assistivas tem contribuído cada vez mais para a autonomia de pessoas com deficiência visual. Entre os recursos que usamos ou indicamos na prática da Terapia Ocupacional, estão: Bengalas longas para mobilidade segura e independente; Relógios e termômetros falantes, balanças com voz, calculadoras sonoras; Leitores de tela para celular e computador (como NVDA, JAWS, VoiceOver); Lupas eletrônicas e ampliadores de tela para quem possui visão residual; Softwares de leitura e audiobooks para acesso a conteúdos educativos e de lazer.

Além dos recursos, a Terapia Ocupacional atua no treino das habilidades funcionais e rotina, como: Aprender a se orientar em diferentes espaços (orientação e mobilidade); Preparar refeições com segurança; Realizar cuidados pessoais de forma autônoma; Utilizar transporte público com confiança; Desenvolver a autoconfiança e a autoestima.

Cada plano terapêutico é individualizado, respeitando as potencialidades, desafios e estilo de vida de cada pessoa. A deficiência visual não define os limites de alguém — com suporte adequado, é possível viver com liberdade, segurança e dignidade. Na próxima coluna, vamos falar sobre o desenvolvimento da autonomia em crianças com deficiência intelectual. Até lá!

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