A inclusão só floresce quando é regada pelo amor. É ele que transforma barreiras em pontes e cada criança em protagonista da sua própria história. Na minha trajetória como pedagoga, aprendi que o verdadeiro aprendizado não nasce apenas de técnicas, planejamentos ou metodologias. Tudo isso é importante, mas ganha vida quando atravessado pelo afeto. O amor é a ponte que conecta educador e criança, tornando cada experiência significativa. É ele que transforma desafios em possibilidades e faz com que a inclusão floresça de forma genuína.
Quando uma criança é acolhida com olhar de respeito, carinho e confiança, ela não apenas aprende: ela se sente parte. E é nesse espaço de pertencimento que o desenvolvimento acontece de maneira plena. A inclusão, portanto, não é apenas sobre recursos ou estratégias, mas sobre a capacidade de enxergar cada criança como única, com valor e potencial. É saber que cada conquista, por menor que pareça, representa um passo imenso na construção de sua autonomia e autoestima.
Educar com amor não significa romantizar o processo ou negar as dificuldades que existem. Pelo contrário: é justamente o amor que nos dá forças para persistir diante dos desafios, que nos faz buscar novas formas de ensinar, adaptar materiais, reinventar metodologias e acreditar mesmo quando o progresso parece lento. É ele que nos lembra que, por trás de cada objetivo pedagógico, existe uma criança que precisa ser acolhida e respeitada.
Na prática, o amor aparece nos pequenos detalhes do dia a dia: na paciência de repetir uma atividade quantas vezes forem necessárias, no cuidado em adaptar um brinquedo para que todos possam participar, no tom de voz acolhedor que transmite segurança, no sorriso sincero que valoriza até os avanços mais discretos. É quando o educador celebra junto cada nova palavra pronunciada, cada desenho feito, cada gesto de autonomia conquistado. Esses momentos, que poderiam passar despercebidos, são na verdade os grandes marcos do desenvolvimento infantil.
Também é amor quando o educador aprende a escutar. Escutar não apenas as palavras, mas os silêncios, os olhares, os gestos que muitas vezes dizem mais do que a fala. É nesse exercício de sensibilidade que nos aproximamos das necessidades de cada criança e conseguimos oferecer o suporte que ela realmente precisa. Amar é dar tempo, é esperar no ritmo da criança, é compreender que cada um aprende de uma forma diferente e que esse é o verdadeiro sentido da inclusão.
A inclusão só floresce quando regada pelo amor. É ele que transforma barreiras em pontes, limites em possibilidades e dificuldades em conquistas. Mais do que ensinar conteúdos, educar é cultivar vínculos. São esses vínculos, firmados no afeto, que permitem que cada criança descubra não apenas o mundo, mas também a si mesma.
Como professora, acredito que a formação acadêmica nos fornece fundamentos, mas é o amor que dá vida à prática pedagógica. É ele que nos lembra diariamente que não trabalhamos com números, diagnósticos ou rótulos, mas com histórias, sonhos e futuros. Cada criança que passa por nossas mãos leva consigo uma parte desse amor, que se traduz em confiança para trilhar seus próprios caminhos.
Concluo reafirmando a convicção que sempre guiou meu trabalho: a pedagogia que floresce na inclusão é, antes de tudo, uma pedagogia que nasce do amor. E é nesse amor, traduzido em gestos, atitudes e olhares, que mora a verdadeira transformação.