Como orientar os pais durante uma crise em crianças autistas e prevenir o desencadeamento

Exemplo de acomodação na hora de uma crise: luzes suaves se forem bem aceitas pela criança; aconchego com almofadas pesadas; e toque suave de músicas relaxantes.

As crises em crianças com autismo, sejam por sobrecarga sensorial, frustração ou dificuldade de comunicação, não aceitar o “não”, podem ser momentos difíceis e delicados para toda a família. Entender o que está por trás desses comportamentos e como agir é essencial para oferecer segurança e conforto à criança.

Na Terapia Ocupacional, ajudamos a identificar os sinais que antecedem uma crise, os chamados “gatilhos”. Barulhos altos, mudanças inesperadas na rotina, excesso de estímulos ou até a fome e o cansaço podem estar por trás desses momentos. Quanto mais os pais observam e conhecem os padrões do filho, mais fácil é atuar de forma preventiva.

Como evitar o desencadeamento de uma crise:
• Mantenha rotinas estruturadas e previsíveis, com uso de calendários visuais, avisando antecipadamente sobre mudanças;
• Evite ambientes superestimulantes, como locais com muita luz, barulho ou movimento;
• Ofereça pausas sensoriais ao longo do dia, com atividades que promovam regulação;
• Observe sinais sutis, como agitação, sons repetitivos, evitar contato ou se isolar — são pistas de que a criança está chegando ao limite.

Técnicas de relaxamento e regulação
Durante ou após uma crise, o foco é acalmar o sistema nervoso e ajudar a criança a se sentir segura. Algumas estratégias simples e eficazes incluem:
• Respiração profunda guiada (pode ser feita com a ajuda de uma vela, bolhas de sabão ou um brinquedo);
• Pressão profunda com cobertores pesados, almofadas ou abraços firmes (se a criança aceitar o toque);
• Ambiente com pouca luz e silêncio, como um cantinho de regulação;
• Músicas suaves ou sons repetitivos que ela goste;
• Brinquedos sensoriais, como massas, bolinhas texturizadas ou garrafinhas com glitter;
• Histórias sociais ou imagens que mostrem o que está acontecendo, ajudando a nomear emoções.

A presença da família é a base. Mais do que aplicar técnicas, é importante que a criança sinta acolhimento e presença segura.

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