Brincar não é apenas uma forma de passar o tempo. É uma atividade fundamental, que possibilita descobertas, aprendizagens e vínculos. Para crianças com deficiência, o brincar assume um papel ainda mais especial, pois muitas vezes se transforma em uma ponte entre suas potencialidades e o mundo ao redor.
Como vimos anteriormente é no faz de conta que a criança experimenta papéis sociais e dá sentido às próprias emoções. Ao jogar, aprende sobre regras, espera, cooperação e frustrações. Nos movimentos de empilhar blocos, correr ou rolar uma bola, desenvolve coordenação, atenção e habilidades motoras. Brincar é, portanto, um exercício completo de desenvolvimento: cognitivo, social, emocional e físico.
Mais do que isso, o brincar gera prazer e pertencimento. Em um contexto em que tantas vezes o olhar está voltado apenas para terapias e estimulações, a brincadeira devolve à criança a experiência de ser criança. Não se trata de “perder tempo”, mas de viver momentos que fortalecem a autoestima, a motivação e a relação com os outros.
Cabe a nós, adultos, oferecer espaços e oportunidades para que a criança brinque: em casa, na escola, em parques, com amigos ou familiares. Esses momentos não precisam ser complexos ou planejados, basta que sejam verdadeiros e cheios de presença.
O brincar não é acessório, é essencial. E quando a criança tem esse direito garantido, ela cresce não apenas em habilidades, mas em humanidade, confiança e alegria.
Nas próximas semanas, traremos reflexões sobre o brincar lúdico e suas possibilidades. Vamos conversar sobre como, através de jogos e brincadeiras, é possível estimular habilidades importantes, como a tolerância à frustração, a criatividade, a socialização, a comunicação e o desenvolvimento motor. São recursos simples, mas que podem transformar a rotina e abrir caminhos para conquistas significativas.