Autista é vítima de agressão e injúria racial em escola de Tubarão Um boletim de ocorrência foi registrado pela mãe da adolescente e escola acionou o protocolo de escuta especializada

Uma estudante de 13 anos foi vítima de agressão e injúria racial em uma escola estadual de Tubarão. O caso ocorreu na última semana na EEF Prof. Noé Abati e foi divulgado em um vídeo compartilhado pela professora de Tubarão Day Vieira em suas redes sociais. De acordo com mãe da adolescente, a filha é diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e está no 7º ano com acompanhamento do segundo professor.

Ainda conforme o relato da mãe, a filha entrou em discussão com uma outra estudante, que também tem diagnóstico de transtorno, e na segunda-feira (18), ambas iniciaram uma briga por causa de uma mochila. Ao chegar na aula de educação física, a outra estudante agrediu a autista que resultou em lesões no pescoço.

Durante a discussão, a agressora chegou a chamar a vítima de “preta nojenta”. A briga foi presenciada por outros estudantes até que os responsáveis separaram e os pais foram chamados na escola. Após o episódio a mãe da vítima registrou um boletim de ocorrência. “Eu me alterei ao ver minha filha naquela situação. Ela chorava muito. Essa não é a primeira vez que ela sofre racismo, isso é muito doloroso”, conta a mãe.

A direção da escola confirmou o caso de agressão seguido de injúria racial e tomou as providências cabíveis por meio de um protocolo de escuta especializada. Além disso, acionou o Núcleo de Educação, Prevenção, Atenção e Atendimento às Violências na Escola (Nepre). A Coordenadoria Regional de Educação (CRE) foi informada do caso e ações são realizadas para conscientizar os alunos contra a violência na escola.

 

Combate ao racismo

A mãe da adolescente conta que chegou a solicitar providências da escola com a expulsão da aluna agressora, porém, o ato não era possível. Para preservar a filha, a mãe fez a troca de turno e segue aflita com a situação. “Ela ficou bastante abalada. Tivemos que trocar ela de turno, já que a outra menina continua na turma. Agora tenta se adaptar. Fiquei arrasada com essa situação”, diz.

A professora que compartilhou o caso nas redes sociais alertou para o combate ao racismo nas escolas e a necessidade de políticas públicas mais efetivas. “O motivo pelo qual trago a público esse caso é para tentar, dessa forma, avançar em políticas públicas efetivas, que nos deem respaldo na prevenção e combate ao racismo nas escolas, no enfrentamento diante desse problema que afeta em vários níveis a nossa comunidade. A aluna agredida tem TEA, o que agrava ainda mais a situação”, compartilhou.

 

Fonte: Folha Regional

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