Por Luiz Otávio | Personal Trainer
Nem todo obstáculo é visível. Nem toda batalha acontece diante dos olhos dos outros. Eu cresci sabendo que meu corpo carregava uma marca diferente — uma deficiência física que, para muitos, seria sinônimo de limitação. Mas nunca aceitei esse rótulo. Nunca me vi como alguém incapaz. Desde cedo, aprendi que dificuldades não definem ninguém. Elas apenas revelam quem você escolhe ser.
Hoje, sou personal trainer — apaixonado pelo movimento, pela superação, pelo progresso diário. Minha deficiência nunca me impediu de treinar pesado, de buscar evolução, de fazer exatamente aquilo que diziam ser impossível. Treinar o corpo sempre foi, para mim, uma metáfora para treinar a mente: a cada repetição, a cada gota de suor, eu mostrava pra mim mesmo que era maior que qualquer limitação imposta.
Mas essa história não é só minha. Cada pessoa carrega, de algum jeito, as próprias barreiras: físicas, emocionais, mentais. A verdadeira luta é interna — é contra as desculpas, contra a autossabotagem, contra a vontade de desistir. A deficiência mais perigosa é acreditar que não se é capaz.
Todos os dias, a vida me dá duas opções: Aceitar as circunstâncias ou desafiar os limites. Eu escolho desafiar. O maior peso que você vai levantar não é de ferro. É o peso da dúvida, da opinião dos outros, da expectativa que tentam colocar sobre você. E acredite: uma vez que você aprende a carregar esse peso, não existe obstáculo físico que te vença.
Superação não é sorte. Não é dom. É uma escolha diária — silenciosa, suada e, muitas vezes, solitária. Não escrevo isso buscando admiração. Escrevo pra quem precisa ouvir: você não precisa ser perfeito. Você só precisa não desistir. Se você tem um corpo, um coração que bate e um espírito que se recusa a aceitar limites, já tem tudo o que precisa para se superar.
A vida não vai facilitar. E tudo bem. Porque quem é forjado na dificuldade aprende a ser inquebrável. Então da próxima vez que a vida te desafiar, não recue. Levante a cabeça, firme o olhar e mostre do que você é feito. Quando a vida não facilita, a gente não chora. A gente fica mais forte. E ser forte é, no fim, o maior ato de liberdade que existe.