Autismo: neuropsicopedagogia e os transtornos que afetam o desenvolvimento humano

Vamos falar hoje do transtorno mais comum e mais temido nos dias atuais: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), que é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno.

Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há desde pessoas com outros transtornos, doenças e outras condições associadas (comorbidades), como deficiência intelectual, até pessoas independentes, outras que nem imaginam serem autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.

Algumas considerações sobre as características do autismo, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5): Os Transtornos Globais do Desenvolvimento, que incluíam o Autismo, Transtorno Desintegrativo da Infância e as Síndromes de Asperger e Rett foram absorvidos por um único diagnóstico: Transtornos do Espectro do Autismo.

A mudança refletiu a visão científica de que aqueles transtornos são na verdade uma mesma condição com gradações em dois grupos de sintomas: Déficit na comunicação e interação social; Padrão de comportamentos, interesses e atividades restritos e repetitivos.

Disfunção social e de comunicação:

– Dificuldade na qualidade da interação social e incapacidade de estabelecer momentos de interação prolongada. O contato visual é limitado – não acontecendo na maioria das vezes, há dificuldade para compartilhar momentos e interesses com outras crianças e adultos, além do “uso” dos pais ou de pessoas do convívio íntimo como “ferramenta” para demonstrar desejos.
– Dificuldade no desenvolvimento da linguagem falada, com uso estereotipado e repetitivo na emissão de alguns sons. O paciente também não se engaja nas brincadeiras de “faz de conta”.

Disfunções comportamentais:

– Interesses restritos, movimentos estereotipados e repetitivos, aversão a barulhos altos e período curto de atenção. Apresenta habilidade específica, como, por exemplo, o gosto pela melodia da música. Também pode apresentar dificuldade de coordenação motora fina, como recortar e pintar dentro de um espaço e pode não ser capaz de fazer o uso funcional dos objetos.

Segundo uma matéria recente, no Canal Autismo, as causas do autismo são majoritariamente genéticas. Confirmando estudos recentes anteriores, um trabalho científico de 2019 demonstrou que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de fatores ambientais (de 1% a 3%), que também podem estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada, infecções intrauterinas ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente 1.230 genes (atualizado em 16.abr.2025) já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno — sendo 134 os genes mais relevantes, os quais quando há alterações específicas (“mutações”), estão fortemente associadas ao risco de TEA com evidências científicas mais robustas.

A prevalência de Autismo, quantidade de diagnósticos em crianças de 8 anos nos EUA, é de 1 a cada 31. No Brasil pela primeira vez na história um dado oficial sobre o número de pessoas com diagnósticos de autismo. Segundo os dados preliminares da amostra do Censo Demográfico 2022, divulgados em 23 de maio de 2025, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,4 milhões de Brasileiros declararam ter recebido o diagnóstico do transtorno do espectro do autismo (TEA) por algum profissional de saúde.

A informação, o cuidado necessário e a intervenção adequada no momento certo, melhoram a qualidade de vida da pessoa. O diagnóstico é clínico, feito por um médico. O acompanhamento é feito por profissionais especializados como fonoaudiólogos, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, psicólogo, neurospicopedagogo, etc. Cada caso é específico e nunca igual ao outro. Aceitar o diagnóstico é o primeiro passo para o tratamento do autismo e por consequência acontece a inclusão!

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